Hiperidrose
O que é?
A
hiperidrose é a produção excessiva de suor pelas glândulas sudoríparas. Entre
suas causas estão os estímulos emocionais (hiperidrose emocional) ou uma maior
sensibilidade dos centros reguladores de temperatura, pois a sudorese está
diretamente ligada ao controle da temperatura corporal. Além disso, algumas
doenças metabólicas ou lesões neurológicas também podem dar origem ao quadro.
Manifestações clínicas
As
áreas mais atingidas são as axilas, palmas das mãos, plantas dos pés, região
inguinal e perineal, com grande eliminação de suor, que não tem cheiro
desagradável.
Na
hiperidrose emocional, a sudorese aumenta em situações de desconforto ou tensão
emocional, sendo as palmas das mãos e plantas dos pés os locais mais
frequentemente atingidos. O incômodo causado pela sudorese excessiva pode
trazer ainda mais tensão ao paciente, piorando seu quadro e trazendo
dificuldades de relacionamento ou, até mesmo, profissionais.
Na
fase escolar, crianças acometidas podem ter sérios problemas para fazer provas,
pois o suor das mãos embebe o papel, impedindo a escrita.
Quando
a sudorese excessiva surge durante exercício físico ou devido ao calor, a
hiperidrose costuma ser generalizada e não tem relação com situações de stress
emocional.
Tratamento
O
tratamento é feito com medicações de uso local que visam diminuir a secreção
sudorípara ou através da utilização de aparelhos para iontoforese. Medicações
via oral podem interferir no funcionamento cardio-vascular, e seu uso exige
cuidados específicos. Nos casos de hiperidrose emocional, o apoio psicológico
pode ajudar bastante, sendo, em algumas situações graves, indicado o uso de
tranquilizantes.
A
toxina botulínica surge como uma boa opção terapêutica, interrompendo a
secreção sudoral na área tratada por períodos que variam entre 6 a 8 meses.
Alguns pacientes referem resultados por 12 meses.
Casos
graves de hiperidrose axilar podem ser tratados cirurgicamente, com a remoção
das glândulas sudoríparas ou através da simpatectomia, quando os nervos
responsáveis pelo estímulo à sudorese são cortados.
Hiperpigmentação pós-inflamatória
O que é?
A
hiperpigmentação pós-inflamatória é um problema frequentemente encontrado e
representa uma sequela de diversos processos que afetam a pele, como doenças,
feridas ou procedimentos terapêuticos, entre eles: infecções, reações
alérgicas, traumas físicos, queimaduras ou doenças inflamatórias como o lúpus ou o liquen plano.
O
escurecimento da pele é decorrente do processo inflamatório, que altera a
atividade dos melanócitos (células que produzem a melanina, pigmento que dá cor
à pele) que aumentam a produção da melanina e a sua distribuição para as
células da epiderme. Também pode ocorrer quando a inflamação rompe a camada
mais inferior da epiderme e o pigmento se deposita na segunda
camada da pele, a derme.
Manifestações clínicas
A
doença se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras ou acastanhadas onde
originalmente ocorreu alguma inflamação da pele. A coloração varia de marrom
claro a negro.
Hiperpigmentação
após aplicação de laser para depilação
Tratamento
O
tratamento é feito com o uso de substâncias despigmentantes, aplicadas na pele
sob a forma cremes, géis ou loções. A associação dos despigmentantes com alguns
tipos de ácidos e corticosteróides geralmente aumenta a eficácia daqueles.
Peelings
superficiais podem acelerar o processo facilitando a penetração dos
despigmentantes e ajudando a remover o pigmento das camadas superiores da pele.
A combinação de tratamentos tópicos, peelings e uso de proteção solar tende a
obter os melhores resultados.
Quando
o pigmento se localiza mais profundamente, na derme, a melhora é mais difícil,
exigindo persistência para se obter um bom resultado que, às vezes, pode ser
limitado.
Hiperpigmentação
pós trauma antes e depois: melhora parcial
Os
resultados dos tratamentos variam de pessoa para pessoa, dependendo da resposta
individual a cada tipo de tratamento, assim como os medicamentos mais indicados
vão variar de acordo com cada caso, e devem ser indicados pelo médico
dermatologista.
Ictiose vulgar
O que é?
Doença
de origem genética (genodermatose) que tem como característica principal o
ressecamento e a descamação da pele.
Manifestações clínicas
As
manifestações costumam aparecer após o nascimento, geralmente no primeiro ano
de vida. Pode apresentar-se apenas com ressecamento da pele e descamação fina
ou com intensa descamação, formando escamas grandes, de aspecto geométrico.
As
áreas mais atingidas são os membros, podendo atingir também face e couro
cabeludo. As palmas das mãos e as plantas dos pés podem estar espessadas
(hiperceratose), com acentuação dos sulcos. As áreas de dobra de pele (joelhos,
cotovelos...) geralmente são poupadas. Pode haver a formação de ceratose folicular (pontos espessados nas aberturas dos folículos pilosos) em
algumas regiões.
A
doença tende a regredir ou diminuir os sintomas com o passar dos anos.
Tratamento
Por
ser uma doença genética, não existe um tratamento que a elimine
definitivamente. O objetivo é combater o ressecamento da pele. O frio intenso é
prejudicial e deve ser evitado. Os banhos devem ser mornos e deve-se evitar o
uso excessivo de sabões. Hidratantes potentes devem ser utilizados logo após o
banho, de modo a reter a umidade da pele e a indicação do tipo mais adequado
deve ser feita por um médico dermatologistas.
Larva migrans ("Bicho Geográfico")
O que é?
A
larva migrans, conhecida vulgarmente como bicho geográfico, é uma doença
causada por parasitas intestinais do cão e do gato. Ao defecar na terra ou areia,
os ovos eliminados nas fezes transformam-se em larvas. Estas penetram na pele
do homem causando a doença.
Manifestações clínicas
Por
estar em pele humana, a larva não consegue se aprofundar para atingir o
intestino (o que ocorreria no cão e no gato), e caminha sob a pele formando um
túnel tortuoso e avermelhado. Mais comum em crianças, as lesões são geralmente
acompanhadas de muita coceira. Os locais mais comumente atingidos são os pés e
as nádegas. Pode ocorrer como lesão única ou múltiplas lesões. Devido ao ato de
coçar é frequente a infecção secundária das lesões.
Tratamento
Dependendo
da extensão da doença, o tratamento pode ser feito por via oral para os casos mais
extensos ou com o uso de medicação tópica nos casos mais brandos. Para prevenir
a infecção pela larva migrans deve-se evitar andar descalço em locais
frequentados por cães e gatos e cobrir as caixas de areia durante a noite para
evitar sua utilização por gatos para defecar. Recolha as fezes de seu cachorro
e estimule os outros donos de animais a fazerem o mesmo. Não leve animais para
a praia.
Leucodermia gutata ("sarda branca")
O que é?
Lesão
causada pelo ação acumulativa da radiação solar sobre áreas de pele expostas ao
sol de forma prolongada e repetida ao longo da vida, provocando alterações nos
melanócitos (células da pele responsáveis pela pigmentação).
Manifestações clínicas
A leucodermia
gutata caracteriza-se por manchas brancas, pequenas, de 1 a 5 mm de tamanho,
arredondadas ou poligonais, que atingem os braços e as pernas nas áreas de
exposição ao sol.
Tratamento
Consiste
no uso de fotoprotetores sempre que se expor a pele ao sol, de modo a evitar
mais dano solar à pele e o surgimento de novas lesões.
As
lesões podem ser tratadas com o uso da criocirurgia com nitrogênio líquido e
dermoabrasão, tratamentos realizados pelo médico dermatologista.
Lipoma
O que é?
É um
acúmulo de tecido gorduroso que surge por baixo da pele (subcutâneo). Os
lipomas são tumores benignos, mas podem crescer bastante, causando grande
incômodo estético e, até mesmo, físico.
Manifestações clínicas
Os
lipomas formam lesões palpáveis, de consistência firme e elástica que fazem
relevo na pele. Alguns podem ser bem macios. A pele que os recobre apresenta-se
de aspecto normal. Seu tamanho pode variar de meio centímetro a vários centímetros
de diâmetro e o crescimento costuma ser lento.
Na
maioria das vezes são assintomáticos, podendo, em alguns casos, ser dolorosos.
Algumas vezes, só são percebidos à palpação, quando sente-se um nódulo (lesão
arredondada) localizado em baixo da pele.
Os
lipomas podem ser únicos ou múltiplos. A forma múltipla, conhecida como lipomatose, é usualmente
familiar e as lesões podem ser dolorosas ao toque. A biópsia de uma destas
lesões permite ver tratar-se, em realidade, de um angiolipoma.
Tratamento
O
tratamento é usualmente simples, através de uma pequena cirurgia. A retirada
cirúrgica é extremamente eficaz e pode ser realizada em consultório na maior
parte das vezes. Técnicas cirúrgicas adequadas permitem que mesmo lipomas
grandes possam ser removidos através de pequenas incisões. A lipoaspiração
também está indicada em alguns casos.
Por
vezes, o lipoma se localiza por baixo da fáscia muscular, dentro ou abaixo do
músculo, dificultando a remoção deste pela técnica tradicional e impedindo-a
pela lipoaspiração.
Lipomas
são muito sugestivos clinicamente, porém, outras lesões podem se assemelhar a
eles, em especial os cistos. Vale ressaltar que outras lesões subcutâneas podem
se parecer com lipomas, inclusive lesões malignas, como sarcomas e metástases
cutâneas. O médico dermatologista é o profissional indicado para fazer o
correto diagnóstico.
Lupus eritematoso
O que é?
O Lupus Eritematoso (LE)
é uma doença auto-imune, ou seja, uma alteração do nosso sistema imunológico
que passa a produzir anticorpos contra nossas próprias células, provocando
inflamação e danificando os nossos órgãos, entre eles, a pele. A causa desse
desequilíbrio imunológico é desconhecida.
A
doença ocorre com maior frequência em mulheres jovens, sendo os homens pouco
afetados. Uma característica importante é a fotossensibilidade. A luz solar
pode provocar o surgimento ou agravar as lesões cutâneas, que situam-se
principalmente nas áreas da pele expostas ao sol. Outro fator que pode
desencadear o surgimento da doença é o estresse emocional intenso.
Manifestações clínicas
Existem
formas diferentes da doença. Uma delas afeta somente a pele e é conhecida como
LE cutâneo discoide ou LE crônico. Outra forma, mais grave, é o LE sistêmico ou
agudo, na qual ocorre o acometimento da pele e de órgãos internos. Uma forma
intermediária é o LE subagudo, que apresenta lesões cutâneas mais numerosas e
um envolvimento menos grave dos órgãos internos.
Na
pele, formam-se lesões planas, de cor avermelhada, rósea ou violácea.
Apresentam descamação, pequenos vasos sanguíneos dilatados na superfície e
podem ter as bordas mais escuras. As lesões mais antigas podem levar à atrofia
cutânea, deixando cicatrizes com perda da cor da pele e dos pelos.
Situam-se
com maior frequência nas regiões da pele expostas à luz solar, principalmente
na face. Quando ocupam as regiões malares (maçãs da face) e o nariz, podem
adquirir um formato de "asa de borboleta", característico da doença.
Outras
localizações habituais são as orelhas, os lábios e o couro cabeludo, onde podem
provocar queda dos cabelos de forma definitiva (alopécia cicatricial). Com
menor frequência, ocorrem no tórax (colo ou V do decote), ombros, antebraços e
mãos.
No
LE sistêmico, além das lesões cutâneas, que estão presentes em 80% dos casos,
aparecem, com frequência, febre e dores articulares. Outras alterações, menos
frequentes, são anemia, convulsões, inflamação das membranas que envolvem o
pulmão e o coração, e distúrbios renais. O acometimento dos rins pode causar
danos graves e irreversíveis, com perda definitiva do seu funcionamento.
Para
se diagnosticar a doença, é necessário realizar biópsia da pele, exames de
sangue e de urina, radiografia de tórax e, eventualmente, outros exames, de
acordo com os sintomas apresentados.
Tratamento
O
tratamento visa interromper a auto-agressão causada pelos anticorpos,
diminuindo a inflamação. Por ser uma doença que pode afetar vários órgãos, algumas
vezes é necessário o acompanhamento do paciente por vários especialistas, como de dermatologista, nefrologista,
hematologista e neurologista.
É
importante proteger-se da luz solar, evitando sair ao sol e usando filtros
solares com alto fator de proteção. As
lesões de pele podem ser tratadas com medicação de uso tópico, sob a forma de
cremes, pomadas e loções capilares.
Nos
casos com lesões cutâneas mais acentuadas ou com acometimento de órgãos
internos, são empregados medicamentos por via oral, para combater a inflamação.
Estes remédios podem provocar efeitos colaterais importantes e devem ser
rigorosamente acompanhados pelo médico.
Quando
os rins estão gravemente afetados ou ocorrem alterações que possam trazer risco
de vida, como o acometimento do sistema nervoso central, o tratamento requer
hospitalização para uso de medicação via endovenosa.
Psoríase
O que é?
A
psoríase é uma doença da pele bastante frequente. Atinge igualmente homens e mulheres,
principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos, mas pode surgir em qualquer
fase da vida.
Sua
causa é desconhecida. Fenômenos emocionais são frequentemente relacionados com
o seu surgimento ou sua agravação, provavelmente atuando como fatores desencadeantes
de uma predisposição genética para a doença. Cerca de 30% das pessoas que têm
psoríase apresentam história de familiares também acometidos.
Não
é uma doença contagiosa e não há necessidade de evitar o contato físico com
outras pessoas.
Manifestações clínicas
Pode
apresentar-se de várias maneiras, desde formas mínimas, com pouquíssimas
lesões, até a psoríase
eritrodérmica, na qual toda a pele está comprometida. A forma mais
frequente de apresentação é a psoríase
em placas, caracterizada pelo surgimento de lesões avermelhadas e
descamativas na pele, bem limitadas e de evolução crônica.
A
psoríase em placas, em geral, se apresenta com poucas lesões, mas, em alguns
casos, estas podem ser numerosas e atingir grandes áreas do corpo.
Por
serem lesões secas, as escamas da psoríase podem se tornar grossas e
esbranquiçadas e as localizações mais frequentes são os cotovelos, joelhos,
couro cabeludo e tronco.
É
comum ocorrerem fases de melhora e de piora. Quando as placas regridem,
costumam deixar área de pele mais clara no local afetado.
Outra
característica, chamada de fenômeno de Koebner, caracteriza-se pela formação de
lesões lineares em áreas de trauma cutâneo, como arranhões. As lesões de
psoríase são geralmente assintomáticas, mas pode haver prurido discreto
(coceira).
Apresentações
menos comuns é a psoríase
ungueal, com lesões apenas
nas unhas, apsoríase pustulosa, com formação de pústulas
principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés e aartrite
psoriásica que, mais
comum nos dedos das mãos, caracteriza-se por inflamação articular que pode
causar até a destruição da articulação.
Outra
forma de apresentação é a psoríase
gutata, com surgimento eruptivo de pequenas lesões circular (em
gotas), frequentemente associada com infecções de garganta.
O
diagnóstico da psoríase é geralmente clínico, mas pode ser confirmado por uma
biópsia, que revelará um quadro bem característico.
Tratamento
O
tratamento da psoríase vai depender do quadro clínico apresentado, podendo
variar desde a simples aplicação de medicações tópicas nos casos mais brandos
até tratamentos mais complexos para os casos mais graves.
A
resposta ao tratamento também varia muito de um paciente para outro e o
componente emocional não deve ser menosprezado. Uma vida saudável, evitando-se
o estresse vai colaborar para a melhora. A exposição solar moderada é de grande
ajuda e manter a pele bem hidratada também auxilia o tratamento.
Não
existe uma forma de se acabar definitivamente com a psoríase, mas é possível se
conseguir a remissão total da doença, obtendo-se a cura clínica. Ainda não é
possível, no entanto, afirmar que a doença não vai voltar após o
desaparecimento dos sintomas.
Tratamento da psoríase com biológicos
A psoriase é uma doença inflamatória, não
infecciosa, que acomete classicamente a pele e as articulações. As lesões de
pele surgem preferencialmente nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região
sacra e unhas, mas podem acometer toda a superfície corporal.
As
lesões da pele são vermelhas e a descamação é espessa e se solta, causando
grande incômodo aos pacientes. Algumas pessoas queixam-se de coceira. As
articulações (juntas) podem inflamar devido à artrite, ficando vermelhas,
inchadas com dor e calor local. Recentemente tem-se associado a psoríase com
alterações do metabolismo como o diabetes e o aumento do colesterol sanguíneo.
Existem
muitos tratamentos para a psoríase, usados há muitos anos, de uso tópico ou
oral, com bons resultados, como os anti-inflamatórios não hormonais, as
sulfonas, o metotrexato, a ciclosporina e o acitretin. Como todo medicamento,
há risco de efeitos adversos, mas que são previstos e podem ser controlados com
acompanhamento médico adequado.
Novo tratamento traz
bons resultados
Nos
últimos anos, surgiu uma nova categoria de medicamentos para o tratamento da
psoríase, com ou sem artrite: os medicamentos biológicos. Tratam-se de
anticorpos que reagem com substâncias, células e/ou receptores de células que
participam do aparecimento e da manutenção das lesões de psoríase.
Até
o momento, eles são de uso injetável (subcutâneo ou intravenoso). O tratamento
dura alguns meses, as injeções podem ser de desde duas vezes por semana até de
6 em 6 semanas. A resposta é em geral rápida com desaparecimento da artrite e
das lesões de pele.
Indicado para casos
graves
Entretanto,
precisamos considerar alguns fatores. O tempo livre de doença após a suspensão
da droga é variável, isto é, algum tempo depois as lesões podem reaparecer.
Além disso, há um grande número de efeitos colaterais, desde reação no momento
da infusão até o risco aumentado de tuberculose, que é uma das principais
preocupações durante o tratamento.
Os
biológicos são medicamentos do alto custo e tem indicação para casos graves de
psoríase, com ou sem artrite, que não responderam aos tratamentos convencionais
citados acima.
Tratamento da psoríase com laser
Foi
aprovado pelo FDA (órgão americano de controle de medicamentos), o uso do
Pulsed Dye Laser, para o tratamento da psoríase.
A
finalidade do tratamento é a destruição de pequenos vasos sanguíneos que se
encontram dilatados e proliferados na pele afetada pela doença, resultando no
clareamento das placas de psoríase. A pele normal não é lesada e não ocorrem
efeitos colaterais no organismo.
Para
realizar o tratamento, as lesões devem ser antigas e estarem afinadas pelo uso
de medicação local antes da aplicação do laser, que deve ser calibrado de
acordo com o tipo de lesão. A aplicação dura apenas poucos segundos. Deve
ocorrer a formação de mancha roxa transitória e pode haver a formação de bolhas
e crostas no local, além de ardência e mancha escura temporária.
Os
estudos recentes indicam uma média de 5 tratamentos, com intervalos de 4 a 6
semanas, não sendo necessário nenhum outro tratamento posterior ao laser. Desta
forma, a duração média da remissão das lesões fica em torno de 15 meses. Um dos
estudos obteve um clareamento de 90 a 100% em 43% dos pacientes tratados, sendo
que a melhora está relacionada com o número de tratamentos recebidos. Em 26%
dos pacientes, o clareamento foi de 70 a 90%.
Os
resultados mostram-se promissores, fornecendo mais uma arma no controle da
doença.
Sardas
O que são?
As
sardas são manchas causadas pelo aumento da melanina (pigmento que dá cor à
pele) na pele. Existe uma tendência familiar e surgem principalmente nas
pessoas de pele clara e ruivas. São causadas pela exposição continuada da pele
ao sol e tendem a escurecer mais durante o verão.
Manifestações clínicas
As
sardas se localizam principalmente nos locais da pele mais atingidos por
queimaduras solares, como a face, ombros e colo. São manchas arredondadas ou geométricas
de cor castanhas ou marrons.
Tratamento
Evitando-se
a exposição solar, as sardas tendem a clarear gradualmente. No entanto, o
tratamento acelera o seu clareamento.
O
tratamento inclui o uso de protetores solares sempre que houver exposição da
pele ao sol ou mormaço e no uso de substâncias despigmentastes associadas a
alguns tipos de ácidos. Peelings superficiais podem acelerar o
processo. O tratamento deve ser orientado de acordo com cada caso, pelo médico dermatologista.
Vitiligo
O que é?
Doença
de causa desconhecida, o vitiligo caracteriza-se pela presença de manchas
acrômicas (sem pigmentação) na pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou
ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação do pigmento
melanina, que dá cor à pele) nos locais afetados.
A
causa disto ainda não está clara, mas fenômenos auto-imunes parecem estar
associados ao vitiligo. Além disso, é comum a correlação com alterações ou
traumas emocionais que poderiam atuar como fatores de desencadeamento ou
agravação da doença.
Manifestações clínicas
As
manchas típicas do vitiligo são brancas, com total ausência de pigmento. Têm
limites bem definidos e podem apresentar um fino halo de pele mais escura ao
seu redor. As lesões não apresentam quaisquer sintomas.
O
vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros,
genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele.
Quando atinge áreas pilosas, os pelos ficam brancos.
O
vitiligo tem curso crônico. Não há como prever a evolução da doença, que pode
permanecer estável durante anos, voltar a se desenvolver ou regredir
espontaneamente. Em um mesmo paciente pode ocorrer simultaneamente à regressão
de algumas lesões enquanto outras se desenvolvem.
Uma característica da doença é que
ferimentos na pele podem dar origem a novas lesões.
Apesar
do vitiligo não causar nenhum prejuízo à saúde física, as alterações estéticas
muitas vezes causam distúrbios psicológicos que podem prejudicar o convívio
social. O grau de comprometimento emocional pode acabar interferindo
negativamente na evolução da doença. Quando necessário, o acompanhamento
psicológico dos pacientes em tratamento pode ser fundamental para um bom
resultado.
Tratamento
O
vitiligo se apresenta de forma e intensidade variada em cada paciente,
portanto, o tratamento indicado pelo dermatologista deve ser individualizado,
de acordo com cada caso.
Medicamentos
que exercem ótimos resultados em alguns pacientes podem não ter efeito algum em
outros. Muitas vezes, os resultados parecem estar mais relacionados ao paciente
tratado do que ao tratamento em si.
As
medicações visam corrigir as alterações imunes responsáveis pelo processo de
despigmentação ou estimular os melanócitos presentes nas lesões a produzirem a
melanina.
A
repigmentação das lesões se dá a partir dos folículos pilosos, formando-se
pontilhado pigmentarem dentro das manchas. Estes pontos aumentam
progressivamente coalescendo para fechar a lesão.
Nos
casos de vitiligo estável (quando não surgem novas lesões e as existentes não
aumentam de tamanho), algumas técnicas cirúrgicas promovem a transferência de
melanócitos obtidos em áreas de pele saudável para a área afetada. Uma vez
incorporados ao tecido estes iniciam a produção de melanina repigmentando a
lesão.
O
vitiligo é uma doença que tem tratamento, mas este é demorado e exige
paciência. No caso das crianças, é importante que os pais tentem se controlar
para não transmitir sua ansiedade para elas, fazendo-as pensar que sofre de uma
doença grave, o que só trará dificuldades ao tratamento. É importante lembrar
que o vitiligo não traz nenhuma alteração de saúde apesar do grande distúrbio
estético.
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