São mais de 3 mil imóveis invadidos. O pedido de
reintegração de posse está sendo analisado pela Justiça. Mas os ocupantes não
querem sair.
A Caixa Econômica Federal tenta reaver,
na Justiça, mais de três mil imóveis que foram invadidos em todo o Brasil. Os
23 conjuntos habitacionais fazem parte do programa Minha Casa Minha Vida.
O conjunto
Mirassol fica na Zona Leste de São Paulo e foi construído com recursos do
programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. Estava quase pronto quando
os 260 apartamentos foram invadidos.
"Muitas
pessoas moravam de aluguel, outras até mesmo não tinham onde morar e outras
viviam numa calamidade de vida”, diz a manicure Ruth Mendonça Silva.
Do outro lado
dessa história está uma mulher, que tem medo de ser identificada. Ela não
trabalha desde que perdeu uma perna em um atropelamento. Depois de se inscrever
no programa federal, ela foi beneficiada e receberia um dos apartamentos
invadidos.
“Se eles
precisam, eles têm que correr atrás do deles. Não invadir o dos outros. Eu
tenho que ir para lá, não tenho opção”, comenta.
A invasão da obra
foi no fim de julho. O pedido de reintegração de posse - feito pela Caixa
Econômica Federal - está sendo analisado pela Justiça. Mas os ocupantes não
querem sair.
"A gente
pretende esperar uma proposta da Caixa para que a gente possa pagar, haver um
negócio. Uma negociação para um acordo porque a gente não quer morar de
graça", afirma a manicure Ruth.
Ao todo, 3852
casas ou apartamentos construídos por meio do Minha Casa Minha Vida estão
invadidos neste momento, em quatro estados São Paulo concentra o maior número
de invasões. São 2.258 imóveis. O Ceará aparece em segundo lugar, com mil.
Seguido pela Bahia, com quase 500 e o Paraná, com cem.
A Caixa informou
que já pediu a reintegração de posse de todos os imóveis invadidos e que várias
liminares já foram concedidas. E que eles voltarão para as famílias que foram
beneficiadas pelo Minha Casa Minha Vida.
"A
Caixa não negocia com invasores, exatamente por reconhecer que a forma correta
é que essas pessoas de fato se enquadrarem no programa, em vez de desrespeitar
o direito daqueles que cumpriram com essa regra. Eles também façam a inscrição
e sigam os mesmos passos”, declarou o diretor de Habilitação da Caixa, Teotônio
Rezende.
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