A gordura da barriga, localizada da cavidade abdominal, tem sido
associada com doenças como diabetes tipo 2, doença cardíaca e até morte
precoce. Agora, um novo estudo mostra que a gordura abdominal também pode ser
um fator de risco para a osteoporose, pelo menos para os homens.
Pesquisadores de Harvard encontraram
uma associação entre a maior quantidade de gordura da barriga e a diminuição da
força óssea em homens, de acordo com um estudo apresentado na reunião anual da
Sociedade Radiológica da América do Norte. Pesquisas anteriores também já
haviam chamado atenção para uma associação entre a gordura da barriga e a
diminuição da densidade mineral óssea em mulheres.
— É importante para o homem estar
ciente de que o excesso de gordura da barriga não é apenas um fator de risco
para doenças cardíacas e diabetes, também é um fator de risco para a perda óssea.
O estudo incluiu 35 homens com idade média de 34 anos. O IMC médio foi de
36,5. Os participantes do estudo foram submetidos à tomografia computadorizada
de abdômen e coxas, de modo que os pesquisadores puderam ver a quantidade de
gordura e massa muscular que eles tinham. A resistência óssea e o risco de
fratura dos ossos foram também calculados por análise de elemento finito, técnica
utilizada para calcular o ponto onde outros materiais (tais como os de pontes,
etc) podem quebrar ou dobrar.
Os pesquisadores descobriram que nem o
IMC e nem a idade tiveram qualquer efeito sobre testes de força dos ossos, mas
a quantidade de gordura da barriga fez diferença: com mais gordura na barriga,
um homem obtém uma menor pontuação em medidas de força dos ossos. Os
pesquisadores também encontraram uma associação entre ter mais massa muscular e
o aumento da resistência óssea.
Outros estudos também têm sugerido uma
ligação entre a gordura e a saúde dos ossos. Um estudo de 2007, publicado no
American Journal of Clinical Nutrition, mostra que pessoas com gordura corporal
elevada têm ossos mais fracos em comparação com pessoas com quantidades normais
de gordura. O estudo também mostrou que tanto aqueles com valores de gordura
mais elevados e os que apresentavam um índice normal de gordura corporal tinham
resistência óssea semelhante. Inicialmente, os pesquisadores esperavam que as
pessoas com mais gordura corporal tivessem maior força óssea.
Da mesma forma, outro estudo de 2007,
publicado no the Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, mostrou que
o aumento de gordura corporal está relacionado com menor massa óssea. Os
pesquisadores revelaram que o pensamento anterior de que a obesidade pode
realmente aumentar a massa óssea, servindo, assim, como um fator de proteção
contra a osteoporose, é falho, pois não leva em conta o quanto o peso de uma
pessoa pode influir sobre a sua massa óssea.
Osteoporose
também é coisa de homem.
Nas mulheres, a osteoporose é
diagnosticada bem mais cedo do que em relação aos homens. Geralmente, elas
ficam sabendo da doença quando entram na menopausa. Já os homens são mais
acometidos por volta dos 65 anos, quando a doença atinge um em cada oito.
Neles, a osteoporose está associada a inflamações crônicas e distúrbios renais.
— Por isso, uma das pistas para
investigar se o esqueleto masculino está perdendo massa óssea é saber se o
paciente sofre de artrite reumatoide.
O acompanhamento médico apropriado
seria o suficiente para impedir o aparecimento e a evolução da osteoporose, mas
os homens não têm o costume de fazer exames preventivos. O exame básico para
diagnóstico e controle da osteoporose é a densitometria óssea.
— O procedimento é rápido e simples,
além de conseguir detectar níveis iniciais da doença, permite verificar a perda
de massa óssea e determinar os riscos de fratura nos ossos comprometidos.
Em geral, costuma-se pedir a primeira
densitometria óssea quando a mulher completa 40 anos, para observação de massa
óssea e/ou para fazer o diagnóstico precoce da doença. Para os homens, a
recomendação é fazer o exame, logo após completarem 65 anos.
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