Greve dos bancários: 6.145 agências fecharam em todo o país, diz
sindicato.
O
primeiro dia de greve dos bancários deixou fechados pelo menos 6.145
agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados
e no Distrito Federal, segundo estimativa da Contraf (Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade ligada à CUT (Central Única dos
Trabalhadores)
O balanço foi feito pela Contraf-CUT
com base nos dados enviados até as 18h30 pelos 143 sindicatos que integram o Comando
Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 490 mil bancários do
país.
A Fenaban (Federação Nacional dos
Bancos) não se pronuncia sobre o número de agências fechadas ou trabalhadores
parados.
A paralisação
foi decidida na semana passada, e
ocorre por tempo indeterminado.
Os bancários reivindicam 11,93% de
reajuste salarial (5% de aumento real), piso salarial para a categoria bancária
referente ao valor calculado pelo Dieese (acima de R$ 2.000) e o fim das
demissões no setor, além de melhores condições de trabalho.
"Condições financeiras os bancos
têm de sobra para atender às reivindicações dos bancários, uma vez que somente
os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro
semestre", disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador
do Comando Nacional dos Bancários.
Fenaban
lamenta greve
Em nota, a Fenaban afirma que "lamenta essa
posição dos sindicatos, que causa transtorno à população, e reitera que a
maioria das agências e todos os canais alternativos, físicos (autoatendimento,
correspondentes) e eletrônicos, vão continuar funcionando normalmente".
Os bancos disseram ainda que "respeitam o
direito à greve, entretanto, farão tudo que for necessário e legalmente cabível
para garantir o acesso da população e funcionários aos estabelecimentos
bancários"
Bancos
querem dar reajuste de 6,1%
De acordo com a confederação, a
proposta da Fenaban (Federação Nacional
dos Bancos) foi o ajuste de 6,1% sobre salários, pisos e todas as
verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá
etc.).
Também propõe participação nos lucros e resultados
(PLR) de 90%, mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que
significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado). Também foi
proposta uma parcela adicional da PLR - 2% do lucro líquido dividido
linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Principais
reivindicações dos bancários:
§ Reajuste
salarial de 11,93%
§ PLR: três
salários mais R$ 5.553,15
§ Piso:
salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21)
§ Vales
alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: salário mínimo nacional
(R$ 678)
§ Emprego:
fim das demissões em massa, ampliação das contratações, combate às
terceirizações e contra o PL4330 (que libera a terceirização e precariza as condições
de trabalho), além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa
imotivada)
§ Fim das
metas abusivas e assédio moral: a categoria é submetida a uma pressão abusiva
por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
§ Mais
segurança nas agências bancárias, com a proibição do porte de chaves de cofres
e agências por bancários
§ Igualdade
de oportunidades, com contratação de pelo menos 20% de trabalhadores
afro-descendentes
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