A
delegada Jussara Souza, titular da 7ª Delegacia do Rio Vermelho, informou, na
noite desta sexta-feira, 18, que a Polícia Civil já concluiu o inquérito
policial que indicia a médica Kátia Vargas Leal Pereira, de 45 anos, por duplo
homicídio triplamente qualificados. O inquérito foi enviado ao Ministério
Público, que tem um prazo de cinco dias para encaminhar a denúncia à 1ª Vara
Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia.
Kátia é acusada de ter provocado a
colisão que matou os irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes Dias, de 23 e 21 anos, na
última sexta-feira, 11, no bairro de Ondina, na Orla de Salvador. Segundo a
delgada, a médica foi indiciada por duplo homicídio triplamente qualificados
por motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas e por oferecer riscos a
terceiros. O tempo de prisão para esse tipo de crime é de 24 a 60 anos.
O inquérito tem pouco menos de 100
páginas e conta com o depoimento de oito testemunhas. A titular da 7ª Delegacia
informou, também, que a Polícia Civil ainda aguarda a conclusão de quatro
laudos técnicos: os laudos cadavéricos, o da perícia feita no local do
acidente, o laudo de tratamento das imagens das câmeras de segurança que
flagraram o momento da batida e o da mecânica no carro da médica. A previsão é
de que os laudos sejam concluídos em um prazo de 30 dias, a contar da data da
morte das vítimas.
O
marido da médica Kátia Vargas não prestou depoimento nesta sexta na 7ª
Delegacia. Conforme a delegada Jussara Souza, ele não tinha obrigação de
comparecer à unidade policial para falar sobre o assunto, a menos que tivesse
interesse. Ainda de acordo com a delegada, o depoimento dele em nada iria
interferir na conclusão do inquérito.
O advogado da família das vítimas,
Daniel Keller, informou que o fato do inquérito ter sido concluído não
impede que novas pessoas sejam ouvidas. "A conclusão do inquérito
não impede que ela [a delegada Jussara] continue ouvindo testemunhas nos
próximos dias", disse.
Depoimentos
Na tarde da última quinta-feira, 17,
os pais dos jovens Emanuelle e Emanuel foram ouvidos na sede da 7ª Delegacia.
Marinúbia Gomes Dias e Waldemir Souza Pires chegaram acompanhados pelo advogado
Daniel Keller, e saíram da unidade policial após falarem por cerca de uma hora.
Segundo a delegada Jussara Souza, o
depoimento dos pais foi para colher informações sobre o comportamento dos
jovens. Além de Marinúbia e Waldemir, também foi ouvido um funcionário da
academia que a médica frequenta em Ondina.
Médica deixa hospital
A médica Kátia Vargas Leal Pereira
deixou o Hospital Aliança na manhã de quinta-feira, por volta das 9h15, para
prestar depoimento e ficar detida. O advogado Vivaldo Amaral, que defende
Kátia, acompanhou o deslocamento de sua cliente, levada para a penitenciária
feminina, em Mata Escura, onde chegou por volta das 9h40.
Ao
sair do hospital, pela porta da frente, a médica, que segurava um terço, evitou
falar com a imprensa. Sem algemas, ela usava um colar cervical. Kátia ficou o
tempo todo com as mãos suspensas para esconder o rosto. A oftalmologista
deixou a unidade médica após a divulgação do resultado da perícia feita pelo
Departamento de Polícia Técnica (DPT), que informou que não havia mais necessidade
da médica, que estava sob custódia, ficar internada.
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