Com a
proximidade da estação mais quente do ano, todos os holofotes se voltam para a
orla de Salvador, que passa por um processo de requalificação heterogêneo.
Alguns dos trechos já estão em obras, um deles está pronto, mas a maioria ainda
permanece sem intervenção.
Ao repartir em nove trechos a extensão
da Cidade Baixa a Itapuã, a prefeitura enfrenta o desafio de concluir pelo
menos dois deles ainda para este verão, o primeiro efetivamente a cargo
da gestão do prefeito ACM Neto - uma vez que, em 2013, ele assumiu o
governo em 1º de janeiro, dando continuidade ao que já estava planejado pela
gestão do seu antecessor.
Pronta - Na Boca do Rio, primeiro trecho
entregue, ciclovia, área de cooper, equipamentos de ginástica e
paisagismo voltaram a atrair moradores do entorno e de outros bairros para a
região.
"Ficou
ótimo. Sempre que posso, venho. Minha expectativa é que a maioria das obras
termine antes do verão. É a época que a gente recebe mais turistas",
ressalta a dona de casa Leane Gonçalves, 32.
Se a Boca do Rio já serviu de
aperitivo do que é o projeto da prefeitura, a Barra, com uma extensão maior,
tem desafios para conclusão, diante de um dos principais eventos do calendário
baiano: o Carnaval.
"As obras estarão finalizadas
antes da festa", afirma o secretário de Cultura, Guilherme Bellintani. Com
previsão inicial de começar as obras em agosto, a Barra só teve início no
último dia 15.
De acordo com o secretário da Casa
Civil, Albérico Mascarenhas, parte do trecho, que vai do Barra Center até o
Farol, será entregue em janeiro. Já o restante (do Farol até o Forte de
Santa Maria) deverá ficar pronto em fevereiro.
Após o Carnaval, será iniciada uma
segunda etapa na Barra, na avenida Sete de Setembro, entre o Forte Santa Maria
e o Forte São Diogo, e na rua Almirante Marques de Leão, ambas as obras
previstas para junho. "Espero que o prefeito mantenha a palavra e
não tire a gente daqui. Se a orla melhorar, vai trazer mais turistas",
destaca o vendedor de caldo de cana José Raimundo de Jesus, 53, que há 36 trabalha
em frente ao Farol. "Acho difícil eles concluírem para este verão, porque
as obras estão devagar", opina o contador Valter Magalhães, 68.
Na Ribeira, as obras também estão em
andamento. O vendedor de picolé Demerval dos Santos espera que a requalificação
possa atrair moradores e turistas. "Já cheguei a vender 600 picolés em um
único dia. Hoje, no domingo, o dia mais cheio, não vendo nem 100. Espero que a
prefeitura termine mesmo a obra", aguarda Demerval.
Desde que as barracas de praia foram
demolidas em 2010, por decisão judicial, Piatã é um dos poucos trechos em que
banhistas ainda encontram atendimento de barraqueiros, que permanecem no local
com estruturas improvisadas. Alguns deles usam até botijões de gás na areia da
praia.
"Trabalhamos com medo. Não
podemos investir porque não sabemos nem se estaremos aqui amanhã", conta
um ex-barraqueiro. A previsão da prefeitura é iniciar obras no local em
novembro.
Postar um comentário