Apesar de ser absolutamente normal e até
um sinal de saúde, o característico odor da vagina incomoda muitas
mulheres que têm uma encanação maior com a higiene íntima.
Quando o odor é
muito forte e diferente do habitual, é provável que haja alguma infecção. Neste
caso, a mulher precisa procurar um ginecologista para investigar as causas do
problema e tratá-lo adequadamente. Já o cheiro normal da vagina é
suave e, em alguns casos, até imperceptível pela própria mulher.
Ainda assim,
muitas ficam preocupadas com a possibilidade de outras pessoas sentirem o odor,
ou de o parceiro se incomodar na hora do sexo.
Por que a vagina tem odor?
Assim como o resto do corpo, a
região íntima feminina produz secreções que servem para proteger a área de
possíveis contaminações.
“Os odores são formados por
uma mistura de substâncias que são produzidas na região genital, como suor,
sebo e secreções vaginais. Essa combinação favorece uma colonização
de bactérias e outros micro-organismos, que servem para proteger a região e,
por sua vez, também produzem odores”, detalha o ginecologista.
Cheiro comum vs. sinal de doença.
Ao notar um odor forte, a mulher deve procurar
seu médico, que fará exames físicos e clínicos para descobrir a causa do
problema. É muito importante que a paciente não tente disfarçar o cheiro antes
da consulta com ducha interna ou desodorante, pois isso irá dificultar o
diagnóstico.
De acordo com a especialista,
não é difícil diferenciar o cheiro normal do sinal de infecção. “A
vagina possui um odor suave, não tem nada que se assemelhe a ele. Quando ele é
tão forte que conseguimos caracterizá-lo, como cheiro de peixe podre,
por exemplo, é sinal de problema”, explica.
No último caso, tentar
mascarar o sintoma com produtos perfumados ou lavagens excessivas é perigoso.
Além de correr o risco de piorar uma possível infecção, a mulher pode deixar de
investigar a causa da doença por não perceber mais o odor forte e, em casos mais
graves, acabar desenvolvendo condições sérias como o câncer de colo do
útero ou infertilidade.
“Ao notar um cheiro não característico e forte na região genital, é preciso
procurar um médico o mais rápido possível para tratar o foco do problema”,
orienta.
Vergonha no sexo.
Para as mulheres preocupadas
com este assunto, o maior medo é que os outros sintam o odor exalado pela
região genital, como o parceiro no momento do sexo. Porém, segundo ela, não há
motivos para encanar. “Se a saúde estiver em dia, dificilmente seu odor irá
incomodar você mesma ou seu companheiro. Além disso, nós liberamos feromônio,
que é muito atrativo para o homem, no sentido primitivo mesmo. Ao tentar
mascarar esse odor natural por vergonha, acabamos eliminando esse fator positivo.
É provável que seu parceiro goste mais do seu cheiro com a higiene adequada do
que de produtos artificiais”.
Diminuir odor da vagina: medidas simples.
Muitas mulheres têm medo de que o odor da
vagina seja percebido pelo parceiro durante o sexo. No entanto, não só o cheiro não incomoda, como é atrativo para o sexo oposto.
Se após a investigação do seu
ginecologista você descobriu que não tem nenhum problema de saúde, pode tentar
medidas básicas para melhorar a higienização e favorecer a saúde íntima,
minimizando odores.
Como higienizar a vagina corretamente
A higiene exagerada da região
íntima geralmente piora o odor. Isso porque os pelos, a camada gordurosa e as
secreções que existem lá, apesar de serem causadores do cheiro, são também os
responsáveis por combater a proliferação de bactérias e fungos. Ao lavar
demasiadamente a região, interna ou externamente, a paciente acaba removendo
parte desta proteção, favorecendo infecções e, consequentemente, odores fortes
e outros problemas mais graves.
“Um a dois banhos por dia são
mais do que suficientes” A maneira certa, segundo orienta o especialista, é lavar bem a vagina externamente, tomando cuidado para
higienizar as “dobrinhas”. Para isso, é preciso afastas os pequenos e grandes
lábios, e também a pele que fica em volta do clitóris, que pode acumular
secreções. Passe o sabonete com os dedos nesses locais de difícil acesso e
enxague bem.
Sabonete íntimo ou comum?
O ideal é utilizar um produto
que se aproxime do pH natural da vagina, que é ácido. Pode ser o sabonete
íntimo ou um neutro.
Ducha íntima faz mal?
Sim. Lavar a vagina internamente pode alterar o pH e
destruir a flora local, eliminando as proteções naturais e favorecendo o
aparecimento de inúmeras doenças. Além disso, a prática é capaz de mascarar
possíveis sintomas de complicações, como o odor mais forte e corrimento, que
precisam ser tratados por um especialista. A vagina não requer esse tipo de limpeza.
O protetor diário só deve ser usado no
final da menstruação ou para conter escape de urina durante o tratamento. Já o
lenço umedecido pode ser utilizado para higienizar a região, mas apenas em uma
eventualidade.
Lenços umedecidos: usar ou não?
O produto pode ser utilizado
em uma casualidade, mas não deve ser hábito. A ginecologista indica os lenços
desenvolvidos especificamente para a região íntima quando necessário. “Se você
trabalhou o dia inteiro, vai para um jantar e não tem tempo de tomar banho,
pode usar o lencinho e trocar a calcinha. Mas não pode fazer isso todos os
dias, pois vai remover a gordura da região”, diz. “A candidíase de repetição,
por exemplo, pode ocorrer devido à limpeza exagerada”, completa.
Protetor diário faz mal?
Sim. O absorvente abafa a
região íntima e torna o ambiente mais úmido, favorecendo a proliferação de
fungos e bactérias e, consequentemente, a piora de corrimentos e odor. Ao usar
um protetor diário para mascarar esses sintomas, a mulher acaba piorando a
situação. Ele só deve ser utilizado no final da menstruação e durante o
tratamento para escape de urina. “É melhor trocar de calcinha no meio do dia do
que abafar a região com o absorvente”, orienta o especialista.