Cólicas
frequentes podem ser um dos sintomas do problema
Ter
cólicas menstruais é normal para boa parte das mulheres. Mas, quando as dores
são muito fortes - do tipo que deixam a pessoa prostrada, sem condições de
fazer nada -, pode ser um sinal da endometriose. A doença se caracteriza quando
o tecido que recobre a camada interna do útero (o endométrio) cresce também
fora do útero, podendo acometer ovários, trompas, bexiga, intestino e outras
áreas próximas - até os pulmões.
O endométrio existe para que a mulher possa engravidar. Ele cresce todo mês durante o ciclo menstrual, com o objetivo de receber uma gravidez. Caso ela não aconteça, ele descama e é eliminado, normalmente, durante o período menstrual.
Trata-se de uma doença que pode ocorrer em qualquer momento da fase fértil - ou seja, entre os 15 e os 45 anos, em média. No Brasil, estima-se que cerca de 6 milhões de mulheres sofram com o problema.
O endométrio existe para que a mulher possa engravidar. Ele cresce todo mês durante o ciclo menstrual, com o objetivo de receber uma gravidez. Caso ela não aconteça, ele descama e é eliminado, normalmente, durante o período menstrual.
Trata-se de uma doença que pode ocorrer em qualquer momento da fase fértil - ou seja, entre os 15 e os 45 anos, em média. No Brasil, estima-se que cerca de 6 milhões de mulheres sofram com o problema.
Adolescente já pode ter o problema
"70% das adolescentes com dores crônicas causadas pela menstruação
e que não respondem a tratamentos medicamentosos podem estar com
endometriose"
A doença
se manifesta na adolescência.
Segundo estimativas fornecidas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP), 70% das adolescentes com dores
crônicas causadas pela menstruação e que não respondem a tratamentos
medicamentosos podem estar com endometriose. A porcentagem é alarmante, mais
ainda quando se sabe que, apesar de os sintomas se manifestarem cedo, o
despreparo das meninas e dos médicos pode fazer com que o diagnóstico ocorra
tardiamente.
É por isso que a maioria das mulheres
só vai descobrir a doença na fase adulta, quando tenta engravidar e não
consegue. Na investigação feita por meio de exames, ela descobre que já tinha
endometriose e conviveu com ela por muito tempo. Muitas vezes, pensava que era
apenas uma cólica menstrual, e tratou essa cólica com paliativos, mas a doença
permaneceu atuante.
Portanto, é de fundamental importância
que as adolescentes tenham o hábito de se consultar rotineiramente com a sua
ginecologista. Nas consultas, com base no relato da menina, a médica tem
condições de começar a elaborar o diagnóstico e, com isso, iniciar o tratamento
da doença - sem falar que, de maneira geral, é muito importante que a
adolescente vá ao consultório ginecológico para esclarecer dúvidas, mesmo que
ainda seja virgem.
Um estudo americano aponta que, entre 12% e 31% de mulheres submetidas a laparoscopia para determinar causa de dor pélvica têm endometriose. Outro dado mostra que de 25% a 38% das adolescentes com dor pélvica crônica parecem ter a doença. E 2/3 da mulheres adultas começam a apresentar sintomas antes dos 20 anos de idade.
Um estudo americano aponta que, entre 12% e 31% de mulheres submetidas a laparoscopia para determinar causa de dor pélvica têm endometriose. Outro dado mostra que de 25% a 38% das adolescentes com dor pélvica crônica parecem ter a doença. E 2/3 da mulheres adultas começam a apresentar sintomas antes dos 20 anos de idade.
Causas não são conhecidas
A teoria
mais comum, e aceita, para explicar as causas da endometriose é a da
menstruação retrógrada, em que o fluxo volta pelas trompas e gruda em outros
lugares da cavidade abdominal. Porém, essa teoria não explica tudo, e existem
outras teorias acerca das causas da endometriose.
Sobre a menstruação retrógrada, ela está presente em mulheres com ou sem endometriose, em igual porcentagem. Portanto, não é a menstruação retrógrada, sozinha, a causadora da doença. Isso envolve outros fatores, como a predisposição genética e imunológica.
Sobre a menstruação retrógrada, ela está presente em mulheres com ou sem endometriose, em igual porcentagem. Portanto, não é a menstruação retrógrada, sozinha, a causadora da doença. Isso envolve outros fatores, como a predisposição genética e imunológica.
Maioria das mulheres é assintomática
"É de fundamental importância que as adolescentes tenham o hábito
de se consultar rotineiramente com a sua ginecologista"
Das
mulheres que apresentam sintomas, o mais comum é a dor na região pélvica. Pode
haver também dor nas relações sexuais, cólicas menstruais intensas, sangramento
menstrual pelos diversos focos de endometriose (fezes, urina, tosse com sangue
etc.), infertilidade e cistos de ovário.
Um estudo brasileiro apresentado no Congresso Mundial de Endometriose, em 2008, apontou que o período entre o início dos sintomas, o diagnóstico da doença e o tratamento é de aproximadamente oito anos. Quando a queixa de dor começa no início da adolescência, esse intervalo aumenta para 12 anos.
Um estudo brasileiro apresentado no Congresso Mundial de Endometriose, em 2008, apontou que o período entre o início dos sintomas, o diagnóstico da doença e o tratamento é de aproximadamente oito anos. Quando a queixa de dor começa no início da adolescência, esse intervalo aumenta para 12 anos.
Diagnóstico se baseia em sintomas e exames
A
endometriose é identificada quando se nota que as células do endométrio estão
fora da cavidade uterina. O diagnóstico é feito com base nos sintomas da
paciente. Alguns exames podem ser solicitados, como ultra-som pélvico,
ressonância magnética e videolaparoscopia (para biópsia).
Não
havendo sintomas, o problema pode ser descoberto aleatoriamente, durante uma
visitas de rotina à ginecologista ou mediante a realização de exames para
identificar outros problemas.
Tratamento envolve bloqueio da
menstruação
Mas é importante dizer que o acompanhamento da paciente será sempre individualizado. A ginecologista deverá pedir exames complementares e realizar outras ações - por exemplo, se a mulher tiver um cisto, ele terá de ser retirado.
O tratamento pode envolver ainda a retirada completa do útero - a última tentativa é retirá-lo, juntamente com os ovários. Isso só feito, porém, quando o tratamento clínico e/ou o cirúrgico conservador (retirada apenas das aderências causadas pela doença) é falho.
A melhor maneira de bloquear a menstruação é engravidar, pois, durante toda a gestação, a mulher não menstrua, e isso é um ótimo tratamento para a endometriose. Após a gravidez, a doença é, geralmente, controlada.
Há indícios de que a acupuntura tenha efeitos benéficos no tratamento e controle da doença. Praticar exercícios e manter uma alimentação e hábitos saudáveis são sempre recomendáveis para se evitar a endometriose e outros problemas que comprometem a qualidade de vida da mulher.
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